5 de dez. de 2011

Famosos com transtorno bipolar



Os bipolares são conhecidos por sua bela criatividade, gênio e contribuição para descobertas que se constituíram em grandes benefícios para a humanidade em geral.

Abraham Lincoln (Presidente dos Estados Unidos)
Agatha Christie (escritora de mistério)
Amy Minehouse (cantora)
Amy Lee (cantora dos evanescence, compositora e pianista)
Axl Rose (músico, vocalista do Guns n' Roses)
Brian Wilson (músico, compositor)
Britney Spears (cantora)
Buzz Aldrin (astronauta)
Cary Grant (ator)
Carrie Fisher (escritor, ator)
Cássia Kiss (atriz)
Cassia Eller (cantora)
Cazuza (compositor, cantor)
Celina Borges (cantora, musicas católica)
Charles Chaplin (ator, diretor, roteirista)
Charles Dickens (escritor)
Chico Anysio (humoristico)
Dimitri Mihalas (cientista)
Edgar Allan Poe (autor)
Elvis Presley (cantor, compositor)
Elis Regina (cantora)
Emile Zola (escritor)
Ernest Hemingway (escritor)
F. Scott Fitzgerald (escritor)
Fernado Pessoa (poeta, escritor)
Francis Ford Coppola (diretor)
Georgia O'Keeffe (artista)
Graham Greene (escritor)
Hugh Laurie (ator e músico)
Sting (músico, compositor)
Hans Christian Andersen (escritor)
Honore de Balzac (escritor)
Isaac Newton (cientista)
Janis Joplin (cantora)
Jean-Claude Van Damme (atleta, ator)
Jim Carrey (ator)
Jimmi Hendrix (cantor)
Kay Redfield Jamison (psicóloga, escritora)
Kurt Cobain (vocalista do Nivarna)
Larry Flynt (editor de revistas)
Linda Carroll Hamilton (atriz)
Liz Taylor (atriz)
Madonna (cantora)
Maradona (jogador de futebol)
Marilyn Monroe (atriz)
Mark Twain (autor)
Mel Gibson (ator)
Michelangelo (pintor)
Napoleão Bonaparte (general)
Ozzy Osbourne (cantor, compositor)
Peter Tchaikovsky (compositor)
Phil Graham (dono do jornal Washington Post)
Platão (filósofo)
Renato Russo (cantor)
Rita Lee (cantora)
Robin Williams (ator)
Sigmund Freud (médico)
Tennessee Williams (escritor)
Ulisses Guimarães (político)
Victor Hugo (poeta)
Vincent van Gogh (pintor)
Virginia Woolf (escritora)
Vivien Leigh (atriz, E o vento levou)
Winston Churchill (Primeiro Ministro Britânico)
Wolfgang Amadeus Mozart (compositor)

6 de set. de 2011

Amizade verdadeira

É quando nunca estamos cansados para ouvir;
É quando existe um carinho todo especial;
É quando ficamos preocupados com coisas que achamos que estão erradas;
É quando o amigo se faz presente até nas horas em que achamos que não são precisas;
É quando existe cumplicidade;
É quando temos plena confiança;
É quando tentamos abrir os olhos do amigo
Quando julgamos que esteja fazendo coisa errada não abandonamos.
Enfim, amizade é um bem muito precioso que precisamos conservar sempre, mesmo com todas as dificuldades que a amizade possa oferecer.
Amigos são pessoas muito importantes em nossas vidas, que temos que ter e saber sempre.

1 de fev. de 2011

Quem somos nós?


Estudo sobre o quanto a percepção humana influi na realidade, conduzido em um meio termo de realidade e ficção. 

Produzido em 2004 pelos diretores William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente e escrito pelos mesmos com a participação de Matthew Hoffman, o filme pretende levantar as questões existenciais da raça humana e, sob uma ótica cientifica, respondê-las. Para dar crédito ao discurso defendido, vários membros eminentes da esfera acadêmica e de pesquisa avançada contribuem com suas indagações metafísicas e depois com suas respectivas respostas. No filme, os diretores empregam a fórmula da mistura das linguagens documental e de ficção com o objetivo de ilustrar as complexas suposições e postulados levantados pelos cientistas. Somado a isso temos a presença do gênero comédia, que é usado na tentativa de sublinhar as “patéticas” relações sociais do humano moderno. O produto dessa composição é um filme que acerta em escolher e abordar temáticas de interesse a todos que se julgam seres existentes. Entretanto, o filme erra, ou peca, no momento que chama pra si a responsabilidade de trazer respostas plausíveis em função das descobertas e conclusões da ciência moderna e acaba se limitando a atribuir à Igreja, como instituição, e à Deus as razões das contingências de opressão que atribulam toda raça humana. O eixo central do discurso do filme é o papel da percepção humana na representação da realidade. É alegado que a nossa interação com a realidade externa está intimamente ligada com o nosso conceito construído da realidade. Portanto sugere que existe uma realidade interna e particular para cada ser humano. Essa realidade interna seria a variável resultante da equação que tem como fatores: o ambiente social e material do individuo, sua experiência registrada sobre o ambiente e sua capacidade de captação e interpretação das informações externas. A equação em tela é trazida sob conceitos da Física Quântica, ciência famosa por ser em grande parte empirista e, em ainda maior parte, de ciência de especulação. Nota-se que os elementos citados na equação são muito familiares à teoria Semiótica e aos estudos da Psicologia Comportamental. A diferença está nos termos técnicos usado em cada área do conhecimento. No caso da Semiótica na modalidade de estudo dos signos, a experiência registrada do ambiente externo é trazida sob a estrutura dos léxicos, ou seja, estrutura dos repertórios apreendidos ao longo da interação com os outros seres e com o mundo em si. Essa interação é abordada junto aos fenômenos de comunicação. Estes são a melhor amostra de interação com a realidade e com o ambiente.Ainda sob os aspectos semiológicos, extraímos do filme a conclusão de que não podemos separar o filme, como obra de comunicação, do filme como discurso sobre qualquer assunto que seja. Ou seja, os elementos de fotografia, a interpretação dos atores, a edição, os efeitos visuais e ilustrativos e o discurso são um, o próprio filme. No caso da obra “How the Bleep do We Know? ’’, na versão original, há muita incoerência em diversos casos. O mais significativo é a cena em que a festa de casamento se transforma em um reduto de pessoas agindo ridiculamente. A clara referencia ao gênero “pastelão” atribui ao filme uma corrosão contrastante em relação a toda a atmosfera cientifica e culta construída nos minutos iniciais. De instigante o filme torna-se, em um bólido salto, desprezível. A preocupação dos cineastas em enxotar a pressão social de coerção que a Igreja exerceu ao longo dos séculos foi mal conduzida e acabou se assemelhando mais com uma ideologia de libertinagem do que com uma denúncia da influencia inferida. Em Skinner vemos que as contingências de reforço negativo exercidas por um ambiente social não se limitam a dogmas religiosos, mas sim a conceitos de aceitação em grupos e a regras de comportamento que são constantemente selecionadas pelo meio social. Em suma, os tão odiados conceitos puritanos não são coadjuvantes da coerção social, mas também não são os únicos dignos de acusação, como o filme faz. A obra é bastante interessante quando tenta sustentar o argumento de que a realidade é inferida por nós. As possibilidades de comportamento e de tomada de decisão são ampliadas quando se acredita, debaixo de argumentação científica, que a luz de um objeto externo observada pelo olho e dada pelo olho como real, já estava dentro do olho antes dele observá-la. Mais interessante quando mostra que dentro da física quântica, nada toca nada. No entanto essas cenas atêm-se muito mais como forma documental e informativa do que com argumento de defesa da nossa influencia sobre o real, o espaço e tempo. Quando o filme trata das sinapses dos neurônios, os habitados com a teoria dos signos logo identificam naquelas animações digitais ilustrativas as inter-relações entre os signos e entre as informações respectivas a cada signo e a cada significante. Cada vez que o individuo tem contato com uma situação inusitada e imprevisível, ou seja, que não tinha referências em seu léxico nem em seu lexicográfico, novas ligações são feitas entres os neurônios da mesma forma que em nossa consciência atribuímos novas referencias de informação e de correlação entre o velho e o novo. Popularmente, é o fenômeno de se “abrir a cabeça”. Há, portanto, um brilhante casamento entre o senso comum, a ciência especulativa baseada na razão e as ciência contemplativa, baseada no experimento. Em outras palavras, é a convergência do físico (o tecido nervoso) e o imaginário (a teoria dos signos). Analisando o filme profundamente, é fácil extrair duas conclusões; a primeira é que a Semiótica existe. A segunda, inspirada na primeira, é que a tese da inferência do homem na realidade, a mesma tese do filme, é real, dado que quem procura qualquer coisa no mundo real, acaba encontrando-a desde que acredite nela. Assim como eu fiz quando encontrei a realidade da Semiótica.

31 de jan. de 2011

Além da Vida



Filme trailler do diretor Clint Eastwood
Clint Eastwood dá sua versão sobre o que pode haver além da vida.

2010 foi o ano dos filmes espíritas. Em terras brasileiras o fenômeno pode ser justificado pelo centenário de Chico Xavier, figura maior do kardecismo no Brasil. Mas quando você percebe que isso excedeu o cenário nacional e estará presente nos próximos filmes de Alejandro González Iñárritu, Biutiful (idem, 2010), com o personagem de Javier Bardem ligeiramente tocado pelo dom da mediunidade, e Clint Eastwood, o caso é de se pensar.

Segundo o próprio Clint a idéia deste filme nada tem a ver com os seus 80 anos recém completos. O medo da morte perde disparado para a curiosidade que se tem sobre o que ocorre depois da  vida e esse é o problema que aflige George, o personagem de Matt Damon. Ex-vidente de sucesso, George pensa em seu dom de contato com os mortos como um fardo que o impede de conectar-se verdadeiramente a outra pessoa – principalmente às do sexo feminino. Acabrunhado, ele se isola numa existência comum para passar despercebido ainda que seu irmão Billy (Jay Mohr) não o deixe esquecer do quanto a sua vida poderia ser materialmente melhor se ele simplesmente aceitasse essa existência diferente.

Por outro lado, Marie (Cécile de France) vive uma experiência de quase morte durante um tsunami. A badalada cena merece uma digressão: a primeira vez de Clint pela seara do CG começa meio desacreditada, com  pessoas que parecem saídas de uma das versões de The Sims. O constrangimento porém dura pouco: quando o diretor concentra seu olhar sobre a tragédia pessoal de Marie, a sequência impressiona mesmo.

Num terceiro plano dramático, entram em cena os gêmeos ingleses Marcus  e Jason (vividos por Frankie e George McLaren) cuja história acompanhamos até o momento inevitável da separação. O plot point dos irmãos é previsível sim, mas a mão de Clint acaba suavizando o lugar-comum. Bacana na história dos gêmeos é a busca de Marcus por seu irmão através de várias possibilidades de contato com o pós-vida, esbarrando num charlatão após outro, explicitando um cetiscismo bem clintiano.

O encontro das três histórias é tão esperado que quando chega nos passa uma impressão de correria. Desenvolve-se tanto as linhas narrativas em separado que sua junção e principalmente seus desfechos acabam decepcionando.

O grande problema de Além da Vida é a temperatura. Com a chave virada no morno apenas as cenas pensadamente melodramáticas são capazes de arrancar alguma emoção. Não chega a ser mérito dizer isto, mas não fosse Eastwood o diretor, veríamos uma sucessão de erros grosseiros. Mas sua pegada forte segura a onda do filme e o encaminha para longe dos sentimentalismos religiosos.

Uma médica é chamada para endossar o livro que Marie pretende escrever sobre o episódio que mudou sua vida. O próprio George demonstra uma explicação pautada em um histórico científico para contar sua  trajetória com a mediunidade, e o roteiro não faz dele o dono da verdade. Todos estão perdidos atrás de respostas e algum consolo para o inexplicável.

Posto isto, resta dizer ao leitor que Clint Eastwood maneja o guidon do filme muito bem. A busca por outras possibilidades de entendimento sobre a espiritualidade ou sobre como lidar com o desconhecido nunca saiu realmente de moda. O tema talvez tenha enfraquecido devido a um alto grau de pieguice ou moralismo a ele associado. Nesse ponto Eastwood se sai bem, mesmo sem se deter num projeto ou numa resposta fechada para a questão. Quando George entra em contato com Marcus/Jason e o espírito lhe conta sobre a liberdade de ser qualquer coisa neste outro plano, Além da Vida encosta levemente na temática desenvolvida por Apichatpong Weerasethakul em Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas (Loong Boonmee Raleuk Chat, 2010), filme que arrebatou a crítica em Cannes por naturalizar a coexistência dos planos espiritual, humano e animal. Sem fixar nenhuma resposta, Clint e Apichatpong nos mantêm em suspensão mas nos pedem para acreditar que tudo é possível, desde que se saiba contar uma história.

Canção do Mar



Cantora portuguesa Dulce Pontes, linda canção

Declaro-me vivo! Luis Espinoza

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings --nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And --which is more-- you'll be a Man, my son!

(Rudyard Kipling)

Nunca desista

Nunca desista de ser feliz...
Existem pedras.
Não desista de andar...

Existem barreiras.
Não desista de passar...

Existem os noz.
É preciso desatar...

Existe o desânimo.
É a pior coisa que há...

A estrada é longa.
Não desista de chegar...

Existe o cansaço.
É preciso caminhar...

Existe a derrota.
Você nasceu para ganhar...

Existe o desamor.
É fundamental amar...

(autor desconhecido)

A arte de escrever e pintar

O poeta encanta escrevendo amor.
O pintor encanta, pintando amor.
O poeta e o pintor não têm diferença.
Cada um segue sua crença.
Acreditando em sua obra, mostrando
Em seus requisitos o que lhe é bonito.
Ambos fazem poesia, pintando e recitando..
O poeta escreve pintando a vida.
O pintor pinta fazendo poesia.
O poeta pinta seus sonhos.
O pintor cria sonhos aos olhos.
Na tela o pintor joga suas tintas
Para fazer de seus desenhos
O mundo mais colorido atraído.
Uma bela poesia saída do pincel.
No papel o poeta junta suas letras
Fazenda do poema e poesia.
Uma forma das pessoas
Viverem um pouco de fantasia.
O poeta e o pintor têm a mesma intenção
Em seus trabalhos jogar a poesia no coração.
O pintor ao deslizar o pincel,
Faz da poesia uma grande aquarela.
O poeta com seu escrever,
Faz de seu poema a tela mais linda de se ver!
Imagine agora, poeta e pintor,
Colocando em nosso mundo,
Um pouco de fantasia e cor.
Na tela ou na poesia!
Ambos passam a magia.
Ambos precisam de inspiração.
Ambos atingem a visão e o coração
Do leitor e do apreciador
Ambos são poetas...!

(Anna A Flor de Lis)

Pensando na vida

Às vezes somos invadidos por uma solidão
tão grande que nos faz pensar que somos
uns fracassados ou injustiçados;

Às vezes nos damos conta que sentimos
tanta saudade de alguém que nos dá vontade
de tirar este alguém do nosso pensamento
e abraçá-lo de verdade para sentir o seu calor;

Às vezes nos intimidamos com as barreiras que
a vida nos impõe e até esquecemos que existem
caminhos alternativos que nos levarão ao nosso destino;

Às vezes nos encantamos com as aparências
e, mais tarde, percebemos que elas apenas nos
enganam e nos decepcionam;

Às vezes corremos tanto atrás de riquezas
materiais que esquecemos de regar
as flores que enriquecem a vida;

Às vezes deixamos de sorrir
tornando o nosso dia cada vez mais escuro.

Nessas horas, precisamos buscar um grande sorriso
para alegrar o nosso coração e para entendermos
que temos apenas uma vida com vários momentos que devem
ser adoçados na medida certa para que a felicidade nos encontre.

Precisamos, nesses momentos, ter absoluta consciência
de que o melhor futuro será, sempre, edificado sobre um passado esquecido.

Precisamos entender que ser feliz não é ter o melhor de tudo.

Ser feliz é usufruir o melhor de tudo que encontramos pelo caminho
e para isso é necessário despejar no abismo do esquecimento todas as
dores e fracassos do passado.

Não existe escuridão que possa esconder, de nossa alma,
o lado positivo das coisas impedindo o nosso caminhar pela vida.

Pense nisso!

(Magno R Almeida)

30 de jan. de 2011

A Publicidade por quem entende

- Publicidade é a melhor coisa que alguém pode fazer vestido.
- Ser publicitário é absolutamente maravilhoso ou totalmente insuportável.
- Maravilhoso quando você faz um trabalho brilhante e consequente.
- Insuportável quando isso não acontece.
- Tive certeza da escolha profissional quando percebi que um problema de mercado era apenas um delicioso desafio.
- O dinheiro compensa, mas não é tudo. E nem é tanto quanto imaginam.
- Tudo é fazer trabalhos que, além de serem boa publicidade, se transformem em componentes da cultura popular.
- A faculdade não me ensinou praticamente nada.
- Algumas aulas e muita leitura me ensinaram muito.
- O trabalho me deu disciplina.
- O mercado é sempre bom para quem tem algum talento e muita vontade de trabalhar.
- Iniciar sempre é difícil. Quem começa deve ter algum talento e trabalhar como se não tivesse nenhum.
- Alguma sorte também ajuda.

Quer ser um profissional de publicidade?



1 – Você trabalha em horários estranhos (que nem as putas).
2 – Te pagam para fazer o cliente feliz (que nem as putas).
3 – Seu trabalho vai sempre além do expediente (que nem as putas).
4 – Você é mais produtivo à noite (que nem as putas).
5 – Você é recompensado por realizar as idéias mais absurdas do cliente (que nem as putas).
6 – Seus amigos se distanciam de você e você só anda com outros iguais a você (que nem as putas).
7 – Quando você vai ao encontro do cliente você precisa estar apresentável (que nem as putas), mas quando você volta parece que saiu do inferno (que nem as putas).
8 – O cliente sempre quer pagar menos e quer que você faça maravilhas (que nem as putas).
9 – Quando te perguntam em que você trabalha você tem dificuldade para explicar (que nem as putas).
10 – Se as coisas dão erradas é sempre culpa sua (que nem as putas).
11 – Todo dia você acorda e diz: NÃO VOU PASSAR O RESTO DOS MEUS DIAS FAZENDO ISSO (que nem as putas).
12- O pior é que a gente gosta (que nem as putas).

Vida de publicitário


 
Publicitário não come, degusta o produto.
Publicitário não cheira, sente a fragrância.
Publicitário não toca, examina o design.
Publicitário não dá a resposta, cria outra pergunta.
Publicitário não conquista, persuade.
Publicitário não tem destino, tem target.
Publicitário não ouve barulho, ouve ruído.
Publicitário não fala, envia mensagem verbal.
Publicitário não procura endereço, procura praça.
Publicitário não escuta, decodifica a mensagem.
Publicitário não tem idéia, tem brainstorm.
Publicitário não recebe resposta, recebe feedback.
Publicitário não tem memória, tem repertório.
Publicitário não lê, decifra o código textual.
Publicitário não pergunta, faz pesquisa.
Publicitário não ouve música, ouve trilha sonora.
Publicitário não tem lista, tem mailing.
Publicitário não copia, se inspira.
Publicitário não vê outdoor, vê mídia exterior.
Publicitário não dirige, faz test-drive.
Publicitário não falece, foi seu ciclo de vida que chegou ao fim.

Decifra-me

Não venha me falar de razão,
Não me cobre lógica,
Não me peça coerência,
Eu sou pura emoção.
Tenho razões e motivações próprias,
Sou movido por paixão,
Essa é minha religião e minha ciência.
Não meça meus sentimentos,
Nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,
Eu e meus fantasmas,
Eu e meus medos,
Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua,
Não conte as poças,
Eu sou mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas,
Eu sou eterno e atemporal.
Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente.
Estou tanto na sua solidão,
Quanto no meu sorriso.
Vive-se por mim,
Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim.
Eu sou começo e fim,
E todo o meio.
Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão
Ignora e desconhece.
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas.
Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,
Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer.
Mudo protagonista,
Nunca a história.
Mudo de cenário,
Mas não de roteiro.
Sou música,
Ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo,
Queimo, destruo, incinero.
Sou água,
Afogo, inundo, invado.
Sou tempo,
Sem medidas, sem marcações.
Sou clima,
Proporcional a minha fase.
Sou vento,
Arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão,
Destruo, devasto, arraso.
Mas sou tijolo,
Construo, recomeço...
Sou cada estação,
No seu apogeu e glória.
Sou seu problema
E sua solução.
Sou seu veneno
E seu antídoto
Sou sua memória
E seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar
E seu trono.
Sou sua prisão,
Sou seu abandono e
Sou sua liberdade.
Sua luz,
Sua escuridão
E seu desejo de ambas,
Velo seu sono...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou.
Muito prazer, tenho vários nomes,
Mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de AMOR.

Despedida

Eu não podia imaginar as coisas que me aconteceriam, o início foi incerto, confuso e incomum, onde todos os estranhos fariam parte da minha vida, onde todos os cantos teriam histórias escondidas. Aqui passei os melhores anos de minha vida, fiz amigos, muitos dos quais, me acompanharão para sempre. Por isso tenho que comemorar!

Esse é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver por tudo o que já passei. Sem dúvida, muitas tristezas e conflitos mas, felizmente, por inúmeros bons momentos, de alegria, de vitórias e de cumplicidade.

Devo esquecer aqueles que me impuseram obstáculos infundados e agradecer àqueles que me impulsionaram adiante. É hora, mais do que nunca, de valorizar as amizades e os conhecimentos adquiridos aqui.

Nada como o tempo

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

O bipolar...

A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo 
As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras 
Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas 
Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda - chamando a isso o seu orgulho 
Torna-te aquilo que és 
Os homens graves e melancólicos ficam mais leves graças ao que torna os outros pesados, o ódio e o amor, e assim surgem de vez em quando à sua superfície 
Quem, em prol da sua boa reputação, não se sacrificou já uma vez - a si próprio? 
É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado 
Culpamos as pessoas das quais não gostamos pelas gentilezas que nos demonstram 
O que é o macaco para o homem? Uma risada ou uma dolorosa vergonha 
O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele 
Há uma exuberância na bondade que parece ser maldade 
É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela 
É difícil viver com as pessoas porque calar é muito difícil 
Saber é compreendermos as coisas que mais nos convém 
Sou demasiado orgulhoso para acreditar que um homem me ame: seria supor que ele sabe quem sou eu. Também não acredito que possa amar alguém: pressuporia que eu achasse um homem da minha condição 
Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens 
Um procura um parteiro para os seus pensamentos, outro alguém a quem possa ajudar: é assim que nasce uma boa conversa 
Nos indivíduos, a loucura é algo raro - mas nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas, é regra 
Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade 
Se minhas loucuras tivessem explicações, não seriam loucuras
(Friedrich Nietzsche)

O que é a depressão?

Perguntaram a Osho:
 
Amado Osho,
Antigamente se chamava melancolia; hoje se chama depressão e é considerada um dos maiores problemas psicológicos dos países desenvolvidos. Ela é descrita como uma sensação de desespero ou um estado sem esperança, uma perda de auto-estima sem nenhum entusiasmo ou interesse pelo ambiente. Em adição, existem sintomas físicos de falta de apetite, falta de sono e uma perda da energia sexual. Os tratamentos com eletrochoque foram largamente abandonados hoje em dia e as drogas e a terapia verbal parecem ser igualmente efetivas - ou não efetivas. Explicações para a depressão têm variado do químico para o psicológico.
O que é a depressão? É uma reação a um mundo depressivo, um tipo de hibernação durante 'o inverno de nosso descontentamento'? É a depressão somente uma reação à repressão - ou opressão - ou é apenas uma forma de auto-repressão?

O homem sempre viveu com esperança, um futuro, um paraíso em algum lugar distante. Ele nunca viveu no presente - sua era de ouro ainda está por vir. Isto o manteve entusiasmado porque grandes coisas iam acontecer; todos os seus desejos iam ser preenchidos. Havia grande prazer na antecipação. Ele sofria no presente; ele era miserável no presente. Mas tudo isto era completamente esquecido nos sonhos que iam ser preenchidos no amanhã. O amanhã sempre foi doador de vida.

Mas a situação mudou. A velha situação não era boa porque o amanhã - que preencheria os sonhos dele - nunca se tornou verdade. Ele morreu esperando. Mesmo em sua morte ele estava esperando por uma vida futura - mas ele verdadeiramente nunca experimentou nenhuma alegria, nenhum significado. Mas isto era tolerável. Era somente uma questão de hoje; ela irá passar e o amanhã é certo que vai chegar.

Os profetas religiosos, messias, salvadores estavam lhe prometendo todos os prazeres - que são condenados aqui - no paraíso. Os líderes políticos, os ideólogos sociais, os utopistas estavam lhe prometendo a mesma coisa - não no paraíso mas aqui na terra - em algum momento distante no futuro, quando a sociedade passar por uma revolução total e não houver mais pobreza, nem classes, nem governo e o homem for absolutamente livre e tiver tudo o que ele precisa.

Ambos estão basicamente preenchendo a mesma necessidade psicológica. Para aqueles que eram materialistas, as utopias ideológicas, políticas, sociológicas eram atraentes; para aqueles que não eram tão materialistas, os líderes religiosos atraíam. Mas o objeto de atração era exatamente o mesmo: tudo o que você pode imaginar, pode sonhar, pode desejar, será totalmente preenchido. Com estes sonhos, as misérias do presente parecem ser muito pequenas.

Havia entusiasmo no mundo; as pessoas não estavam deprimidas. A depressão é um fenômeno contemporâneo e ela aconteceu porque agora não existe amanhã. Todas as ideologias políticas falharam. Não existe nenhuma possibilidade de que o homem seja mesmo igual, nenhuma possibilidade de que haja um tempo onde não exista governo, nenhuma possibilidade de que todos os sonhos sejam preenchidos.

Isso veio como um grande choque. Simultaneamente o homem se tomou mais maduro. Ele pode ir a uma igreja, a uma mesquita, a uma sinagoga, a um templo - mas estas são somente conformidades sociais, porque ele não quer, em tal estado depressivo e negro, ser deixado sozinho; ele quer estar com a massa. Mas basicamente ele sabe que não existe paraíso; ele sabe que nenhum salvador virá.

Os hindus esperaram cinco mil anos por Krishna. Ele prometeu não somente que voltaria mais uma vez, ele prometeu que sempre que houvesse miséria, sofrimento, sempre que o vício estivesse acima da virtude, sempre que pessoas bondosas e simples e inocentes fossem exploradas pelos astutos e pelos hipócritas, ele viria. Mas por cinco mil anos nenhum dele sinal foi visto.

Jesus prometeu que ele voltaria e quando perguntado quando, ele disse: "Em breve". Eu posso esticar "Em breve", mas não por dois mil anos; isto é demais.

A idéia de que nossa miséria, nosso sofrimento, nossa angústia será levada embora não é mais atraente. A idéia de que existe um Deus que cuida de nós parece ser simplesmente uma piada. Olhando para o mundo, não parece como se alguém estivesse cuidando.

De fato, na Inglaterra existem quase trinta mil pessoas que são adoradoras do diabo - somente na Inglaterra, uma pequena parte do mundo. E vale a pena examinar a ideologia deles com relação à sua pergunta. Eles dizem que o diabo não está contra Deus, o diabo é filho de Deus. Deus abandonou o mundo e agora a única esperança é persuadir o diabo para tomar conta pois Deus não está tomando conta.

E trinta mil pessoas estão adorando o diabo como um filho de Deus... e a razão é que eles sentem que Deus abandonou o mundo - ele não mais se preocupa com ele. Naturalmente, o único jeito é apelar para o seu filho; se de algum modo ele pode ser persuadido por meio de rituais, preces, adoração, talvez a miséria, a escuridão, a doença possam ser removidas. Esse é um esforço desesperado.

A realidade é que o homem sempre viveu na pobreza. Tem uma coisa bela na pobreza: ela nunca destrói a sua esperança, ela nunca vai contra os seus sonhos, ela sempre traz entusiasmo para o amanhã. Pode-se ser cheio de esperança, acreditando que as coisas serão melhores: este período negro já está passando, logo haverá luz.

Mas esta situação mudou. Nos países desenvolvidos... e lembre-se: o problema da depressão não está nos países não desenvolvidos - nos países pobres as pessoas ainda são esperançosas - ela está apenas nos países desenvolvidos, onde eles podem ter tudo o que sempre desejaram. Agora o paraíso não irá mais funcionar; nem uma sociedade sem classes pode ajudar. Nenhuma utopia será melhor. Eles atingiram a meta - e este atingir a meta é a causa da depressão. Agora não existe mais esperança: o amanhã será negro e o dia depois de amanhã será ainda mais negro.

Todas estas coisas que eles sonharam eram muito belas. Eles nunca olharam para as implicações. Agora que eles as têm, eles as receberam com a implicações. Um homem é pobre, mas ele tem um apetite. E é melhor ser pobre ter um apetite do que ser rico e não ter um apetite. O que você irá fazer com todo o seu ouro, com toda a sua prata, com todos os seus dólares? Você não pode comê-los.

Você tem tudo, mas o apetite para o qual você esteve se esforçando todo o tempo desapareceu. Você teve sucesso - e eu disse repetidas vezes que nada fracassa como o sucesso. Você atingiu um lugar que você gostaria de atingir, mas você não estava consciente dos subprodutos. Você tem milhões de dólares, mas você não pode dormir.

Quando Alexandre estava na Índia encontrou um santo nu no deserto.

Ele declarou: "Eu sou Alexandre, o Grande!"

O santo disse: "Você não pode ser."

Ele disse, "Que bobagem! Eu mesmo estou dizendo isso, e você pode ver meus exércitos em todo o lugar."

Ele disse: "Eu vejo os seus exércitos, mas um que chama a si mesmo 'O Grande' ainda não atingiu a grandeza, porque a grandeza faz as pessoas humildes, de forma que isso é um fracasso, um fracasso absoluto."

Alexandre era um discípulo de Aristóteles e foi treinado por ele na lógica pura. Ele não podia ouvir todo esse lixo místico. Ele disse: "Eu não acredito nessas coisas. Eu conquistei o mundo inteiro".

O homem nu disse: "Se neste deserto que você está sedento, e eu ofereço-lhe um copo de água, quanto você seria capaz de me dar por ele? - e por milhas não há água."

Alexandre disse: "Eu lhe daria metade do meu reino."

O santo disse: "Não, não vou vendê-lo pela metade do reino. Ou você tem o reino, ou tem o copo de água. E você está sedento e você está morrendo e não há possibilidades de encontrar água em qualquer lugar - o que você vai fazer?"

Ele disse: "Então, naturalmente, eu lhe darei todo o reino."

O santo riu e disse: "Então esse é o preço do seu reino inteiro - apenas um copo de água! E você acha que conquistou o mundo inteiro? A partir de hoje comece a dizer que conquistou um copo de água inteiro."

Quando um homem atinge os objetivos que ele acalentou, então ele se torna consciente de que existem muitas coisas em volta deles. Por exemplo, por toda a sua vida você tenta ganhar dinheiro, pensando que um dia, quando você o tiver, você viverá uma vida relaxada.

Mas você esteve tenso por toda a sua vida – a tensão se tornou a sua disciplina - e no fim de sua vida, quando você conquistou todo o dinheiro que você quis, você não pode relaxar. Toda uma vida disciplinada com tensão e angústia e preocupação não irá relaxá-lo. Assim você não é um ganhador, você é um perdedor. Você perde o seu apetite, você destrói a sua saúde, você destrói a sua sensibilidade, sua delicadeza. Você destrói o seu senso estético - porque não existe tempo para todas estas coisas que não produzem dólares.

Você está correndo atrás de dólares - quem tem tempo para olhar as rosas e quem tem tempo para olhar os pássaros voando, e quem tem tempo de olhar a beleza dos seres humanos? Você adia todas essas coisas de maneira que um dia, quando você tiver tudo, você irá relaxar e desfrutar. Mas com o tempo você teve tudo, você se tornou um certo tipo de pessoa disciplinada - que está cego para as rosas, que está cego para a beleza, que não pode desfrutar a música, que não pode entender a dança, que não pode entender a poesia, que só pode entender os dólares. Mas tais dólares não dão satisfação.

Esta é a causa da depressão. É por isto que ela ocorre somente nos países desenvolvidos e somente nas classes mais ricas dos países desenvolvidos - nos países desenvolvidos existem pessoas pobres também, mas elas não sofrem de depressão - e agora você não pode dar ao homem nenhuma esperança para remover a sua depressão porque ele tem tudo, mais do que você pode prometer. Sua condição é realmente lastimável. Ele nunca pensou nas implicações, ele nunca pensou nos subprodutos, ele nunca pensou no que estava perdendo ganhando dinheiro.

Ele nunca pensou que perderia tudo aquilo que o poderia fazer feliz simplesmente porque ele sempre empurrou todas estas coisas para o lado. Ele não tinha tempo e a competição era dura e ele tinha que ser duro. No final ele descobre que o seu coração está morto, sua vida é sem sentido. Ele não vê nenhuma possibilidade no futuro de qualquer mudança, porque: "O que mais existe...?"

Eu costumava ficar em Sagar na casa de um homem muito rico. O velho homem era muito bonito. Ele era o maior fabricante de bidi em toda a índia. Ele tinha tudo o que você pode imaginar, mas ele era absolutamente incapaz de desfrutar qualquer coisa.

Desfrutar é algo que tem que ser nutrido. É uma certa disciplina, uma certa arte - a maneira de desfrutar - e leva tempo para se entrar em contato com as grandes coisas da vida. Mas o homem que está correndo atrás do dinheiro passa ao lado de tudo que é uma porta para o divino, e ele chega no fim da estrada e não há nada na sua frente exceto a morte.

Toda a sua vida ele foi miserável. Ele tolerou e ignorou isto na esperança de que as coisas iriam mudar. Agora ele não pode ignorar e não pode tolerar porque amanhã existe somente a morte e nada mais. E o acúmulo de miséria de toda a vida que ele ignorou, o sofrimento que ele ignorou, explode em seu ser.

O homem mais rico, de um modo, é o homem mais pobre no mundo. Ser rico e não ser pobre é uma grande arte. Ser pobre e ser rico é o outro lado da arte. Existem pessoas que são pobres as quais você achará imensamente ricas. Elas não têm nada, mas elas são ricas. Suas riquezas não estão em coisas mas no seu ser, nas suas experiências multidimensionais.

E há pessoas ricas que têm tudo mas são absolutamente pobres e vazias e ocas. Bem dentro existe somente um cemitério.

Não é uma depressão da sociedade, porque então ela afetaria os pobres também; é simplesmente uma lei natural e o homem agora tem que aprender isto. Até agora não havia necessidade, porque ninguém tinha atingido um ponto onde ele tinha tudo, enquanto dentro havia completa escuridão e ignorância.

A primeira coisa na vida é encontrar sentido no momento presente.

O sabor básico do seu ser deveria ser de amor, de alegria, de celebração. Então você pode fazer tudo; os dólares não irão destruir isto. Mas você coloca tudo de lado e simplesmente corre atrás de dólares achando que os dólares podem comprar tudo. E então um dia você descobre que eles não podem comprar nada - e você devotou toda a sua vida aos dólares.

Esta é a causa da depressão. E particularmente no ocidente a depressão está sendo muito profunda. No oriente existiram pessoas ricas, mas havia uma certa dimensão disponível. Quando a estrada da riqueza chegava a um fim, eles não permaneciam parados lá; eles se moviam para novas direções. Esta nova direção estava no ar, disponível por séculos. No oriente o pobre estava em uma condição muito boa e o rico estava em uma condição tremendamente boa. O pobre aprendeu o contentamento assim eles não se preocupavam em correr atrás da ambição. E o rico entendeu que um dia você tem que renunciar tudo isto e ir em busca da verdade, em busca do significado.

No ocidente, no final, a estrada simplesmente acaba. Você pode voltar, mas voltando não irá ajudar sua depressão. Você precisa uma nova direção. Gautama Buda, Mahavira, ou Parshvanath - essas pessoas estavam no pico da riqueza e então elas viram que ela é quase uma carga. Alguma coisa a mais tem que ser encontrada antes que a morte tome posse de você - e elas foram corajosas o suficiente para renunciar a tudo.

Suas renúncias foram mal entendidas. Elas renunciaram a tudo isto porque elas não queriam se preocupar um simples segundo mais com o dinheiro, com o poder - porque elas viram o topo e não há nada lá. Elas foram ao mais alto degrau da escada e descobriram que ela não leva a nenhum lugar; é somente uma escada levando a nenhum lugar.

Enquanto você está em algum lugar no meio ou mais baixo que o meio, você tem uma esperança porque existem outros degraus mais altos que você. Chega um momento quando você está no degrau mais alto e só existe o suicídio ou a loucura - ou hipocrisia; você continua sorrindo até que a morte acaba com você, mas bem no fundo você sabe que está desperdiçando a sua vida.

No oriente, a depressão nunca foi um problema. O pobre aprendeu a desfrutar o pouco que ele tinha e o rico aprendeu que ter todo o mundo aos seus pés não significa nada - você tem que ir em busca do significado, não do dinheiro. E eles tinham precedentes; por milhares de anos as pessoas foram em busca da verdade e a encontraram. Não há necessidade de ficar desesperado, em depressão, você apenas tem que se mover para uma dimensão desconhecida. Eles nunca a exploraram, mas quando eles começam a explorar a nova dimensão - ela significa uma jornada interior, uma jornada para eles próprios - tudo o que eles haviam perdido começa a retomar.

O ocidente precisa urgentemente de um grande movimento de meditação; de outra forma, essa depressão irá matar pessoas. E essas pessoas serão as talentosas - porque elas conquistaram poder, elas conquistaram dinheiro, elas conquistaram o que elas queriam... os mais altos graus de educação. Estas são as pessoas de talento e elas estão se sentindo desesperadas.

Isto será perigoso porque as pessoas mais talentosas não estão mais entusiasmadas com a vida e as sem talento estão entusiasmadas com a vida mas elas nem mesmo têm talento para ter poder, dinheiro, educação, respeitabilidade. Elas não têm os talentos, assim elas estão sofrendo, se sentindo em desvantagem. Elas estão se tornando terroristas, elas estão se voltando em direção à violência desnecessária somente por vingança - porque elas não podem fazer mais nada.

Mas elas podem destruir. E os ricos estão quase prontos para enforcarem-se em alguma árvore porque não existe razão para viver. Seus corações pararam de bater há muito tempo. Eles são apenas cadáveres - bem decorados, bem reverenciados, mas verdadeiramente vazios e fúteis.

O ocidente está realmente em uma condição muito pior do que o oriente, apesar de que para aqueles que não entendem parece que o ocidente está em uma melhor condição do que o oriente porque o oriente é pobre. Mas pobreza não é um problema tão grande quanto é o fracasso da riqueza; assim um homem é realmente pobre. Um pobre comum pelo menos tem os seus sonhos, esperanças, mas o homem rico não tem nada.

O que é preciso é um grande movimento de meditação atingindo cada pessoa.

E no ocidente essas pessoas que estão deprimidas estão indo aos psicanalistas, terapeutas e todos tipos de charlatões que estão eles mesmos deprimidos, mais deprimidos que seus pacientes - naturalmente, porque todo o dia eles estão escutando a respeito de depressão, desespero, ausência de significado. E vendo tantas pessoas talentosas em tal estado, elas próprias começam a perder os seus espíritos. Elas não podem ajudar; elas mesmas precisam de ajuda.

A função da minha escola será a de preparar pessoas com energia meditativa e enviá-las para o mundo apenas como exemplo para aqueles que estão deprimidos. Se eles podem ver que existem pessoas que não estão deprimidas - mas pelo contrário, que estão imensamente alegres - talvez uma esperança possa nascer dentro deles. Agora eles podem ter tudo e não há necessidade de se preocuparem. Eles podem meditar.

Eu não ensino a renúncia à sua riqueza ou a qualquer outra coisa. Deixe que tudo seja do jeito que é. Somente adicione uma coisa a mais na sua vida. Até agora você apenas tem adicionado coisas na sua vida. Agora adicione algo para o seu ser - e isto criará a música, isto criará o milagre, isto criará a mágica, isto criará uma nova vibração, uma nova juventude, um novo frescor.

Não é insolúvel. O problema é grande, mas a solução é muito simples.

(Osho)

Despertando o mundo



Pergunta a Osho:

Nunca pensei que teria a chance de vir aqui. Tome cuidado com minhas perguntas!
Eles disseram que seria seguro dizer-lhe que estou um pouco nervosa! Uma das coisas que tenho lido que você tem dito, e eu tenho ouvido você dizer em vídeos, é que você conta algumas piadas para despertar o mundo. Quando o mundo adormeceu? E está ele despertando?

Ele tem estado sempre adormecido. Somente uns poucos indivíduos em toda a história do homem têmestado despertos. Seus nomes podem ser contados nos dez dedos, não mais que isso. E isto foi natural: o homem evoluiu dos animais.

Os animais estão em um sono profundo, eles não sabem que eles são.Este é o significado de sono - se é, mas não se está consciente de que se é. Nenhum animal está consciente de si mesmo.

E eu concordo com Charles Darwin, em bases diferentes... Suas bases são ordinárias, mundanas; podem ser criticadas, têm sido criticadas. De fato, ele não é mais um cientista aceito quanto à evolução da humanidade. A maioria dos cientistas tem desertado dele. Mas eu estou no seu apoio em uma base totalmente diferente.

Minha base é: olhando para o sono do homem - esta é a única possibilidade: que ele cresceu a partir dos animais - macacos, chimpanzés. Seja o que for, seja quem for, estava lá no começo. O sono do homem prova isso.

E somente raramente, uma vez ou outra - um Gautama Buda, um Bodidarma, um Sócrates - uma vez ou outra tem existido um homem que tem a coragem de sair do sono. É preciso tremenda coragem para sair do sono, porque nós temos investido muito no sono. É como um homem que está sonhando que está vivendo em um palácio dourado - com um grande reino, com todo o luxo - e você tenta acordá-lo.

Ele é somente um mendigo na rua. Somente mendigos sonham ser imperadores. Imperadores nunca sonham ser imperadores, isso seria simplesmente ilógico. O mendigo tem tanto investimento no seu sono e sonho, que ele irá resistir de todas as maneiras possíveis, para não ser acordado. Ele ficará irritado. Ele se oporá a você. "Quem é você para interferir na minha vida? Não pode você ao menos tolerar um homem que está tendo um lindo sonho?"

E mesmo se forçá-lo a despertar ele irá cair no sono novamente, porque acordado ele é somente um mendigo, adormecido ele torna-se um imperador. O investimento em sono psicológico é tremendo.

É por isso que todas essas pessoas - Gautama Buda, Bodidarma, Chuang Tzu, Plotinus, Heraclitus - todos eles falharam. Eles fizeram o seu melhor. Eles lutaram contra o sono do homem, mas, ainda, o homem está adormecido, e o que quer que ele faça prova que ele está adormecido.

Estas duas Guerras Mundiais provam que ele está adormecido. A vindoura Terceira Guerra Mundial pode ser evitada somente se nós pudermos despertar pessoas suficientes então estas pessoas tornam-se contagiantes e seguem despertando outras pessoas em uma corrente e isso tem que ser feito bem rápido, porque não há muito tempo.

De outra forma, as pessoas adormecidas irão destruir esta terra, esta vida. Os políticos estão adormecidos. Nenhuma pessoa desperta pode tornar-se um político pela simples razão de que ela não pode mentir, ela não pode lhe fazer promessas que ela sabe que nunca poderão ser cumpridas. Nenhuma pessoa desperta será um político, porque ela não tem nenhum desejo para preencher seu ego. Não há mais ego.

O ego existe como um eu substituto no sono. No momento em que você está desperto o ego não tem mais função, é desnecessário. Você está lá, agora você não precisa dele. E o homem que conhece a si mesmo não tem complexo de inferioridade.

A não ser que você esteja sofrendo de algum complexo de inferioridade, você não se envolverá em qualquer tipo de liderança - política, religiosa, social. Você não tem a base. O complexo de inferioridade é a causa de todos se tornarem ambiciosos, porque se eles não se tornarem alguém no mundo, então, aos seus próprios olhos, eles terão fracassado.

Eles querem provar-se, provar que "nós estamos aqui!", que "nós temos estado aqui!". Eles querem ter gravados seus nomes na História - embora saibam que mesmo os grandes nomes da História pouco a pouco vão deslizando da proeminência; tornam-se notas de rodapé, movem-se para o apêndice e porta afora.

Naturalmente, quantas pessoas podemos seguir carregando? Mas eles querem fazer seus nomes. Isto também prova ser algo animal. Todos os animais no mundo têm um instinto. Os cientistas chamam-no o imperativo territorial.

O cachorro mijando na árvore está simplesmente fazendo a sua assinatura. Ele está dizendo: "esta árvore me pertence". Ele não permitirá que outro cachorro se aproxime. Outros cachorros sentirão o cheiro da sua urina e saberão que esta árvore não está livre, não está disponível, alguém a possui. Existem animais que seguirão - particularmente o leão - urinando em um vasto território, somente para que todos fiquem avisados.

O homem também funciona da mesma maneira. Todas estas nações são nada mais que pessoas mijando e fazendo fronteira. "Isto é a América, isto é a União Soviética, isto é a Índia! Você pode cheirar é um país diferente; não entre sem um visto, sem um passaporte". Caso contrário, não há necessidade de qualquer nação na terra. Qual a necessidade? Podemos viver como uma humanidade?

(Osho)

O riso... (Osho)


A vida tem de ser levada de modo extremamente jovial. A vida é tão cheia de riso, é tão ridícula, é tão engraçada que, a menos que você tenha se tornado muito enrijecido, você não pode ficar sério.

Eu tenho olhado para a vida de todas as formas possíveis e ela é sempre engraçada, seja qual for a forma pela qual você a olha. Ela se torna cada vez mais e mais engraçada!
Trata-se de um incrível presente do além.
Eu sou contra toda sorte de seriedade. Toda a minha abordagem é a do humor, e a maior qualidade religiosa é o senso de humor — não a verdade, não a divindade, não a virtude, mas um senso de humor.

Se nós enchermos toda a terra de riso, de dança e canto — as pessoas cantando e pulando...! — , se nós pudermos fazer desta terra um carnaval de alegria, um festival de luzes, nós teremos trazido, pela primeira vez, um verdadeiro senso de religiosidade para a terra.

(Osho)

O meu passado

O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.

(Fernando Pessoa)

Interrompendo as Buscas

ASSISTINDO AO ÓTIMO "CLOSER - Perto demais", me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas ¿ sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.

(Martha Medeiros)

Eu sou...

Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.

(Martha Medeiros)

Aí tem

As coisas são como são. Se alguém diz que está calmo, é porque está calmo. Se alguém diz que te ama, é porque te ama. Se alguém diz que não vai poder sair à noite porque precisa estudar, está explicado. Mas a gente não escuta só as palavras: a gente ouve também os sinais.

Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava frio como um iglu. Você falava, falava, e ele quieto, monossilábico. Até que você o coloca contra a parede: "O que é que está havendo?". "Nada, tô na minha, só isso." Só isso???? Aí tem.

Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava exaltado demais. Não parava de tagarelar. Um entusiasmo fora do comum. Você pergunta à queima-roupa: "Que alegria é essa?" "Ué, tô feliz, só isso". Só isso????? Aí tem.

Os tais sinais. Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem. Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra. Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele. Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais. Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.

Às vezes não tem. O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?

É uma generalização, mas as mulheres costumam ser mais inseguras que os homens no quesito relacionamento. Qualquer mudança de rota nos deixa em estado de alerta, qualquer outra mulher que cruze o caminho dele pode ser uma concorrente, qualquer rispidez não justificada pode ser um cartão amarelo. O que ele diz importa menos do que sua conduta. Pobres homens. Se não estão babando por nós, se tiram o dia para meditar ou para assistir um jogo de vôlei na tevê sem avisar com duas semanas de antecedência, danou-se: aí tem.

(Martha Medeiros)

A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

(Martha Medeiros) 

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

(Martha Medeiros)